PEIXES 2013
(Signo Solar ou Ascendente)
Quando chegam do mundo as notícias do seus caos,
sofrimento, fome e restrição,
as evidências de instabilidade e do colapso, o
reforço das incertezas,
a ameaça do desconhecido,
e as pessoas começam, um pouco por todo o lado,
a
correr em círculos como galinhas desvairadas,
deitando as mãos à cabeça na
aflição de poderem vir a perder todas as suas apostas
e duvidando – finalmente
– dos planos e dos critérios e das certezas
em nome das quais construíram e e
sofreram e lutaram toda a sua vida,
a única pessoa que não só não se inquieta,
como
até suspira de alívio
é você.
É que da multidimensionalidade holográfica em que
você vive e se move,
conduzida por correntes e subtis e nadando por entre ondas
e nuances que mais ninguém vê,
sempre foi líquido que o mundo em que os outros
acreditam viver
é tão sólido e real como uma bolha de sabão.
Só que você nunca o conseguiu explicar. Até
agora.
E agora também já não precisa.
Porque agora, que a ilusão da terra firme
colectiva evaporou e despejou no oceano da existência – o oceano em que você
nadou toda a vida - tantos marinheiros de água-doce desorientados, em pânico e
de repente: você sente-se em casa.
É hora de ajudar os outros a nadar, a navegar
estas águas novas com compaixão e sabedoria; é hora de levar para mais longe os
seus abraços a náufragos.
Mas lembre-se que só pode nadar ágil nas águas se
evitar ingestões: de alimentos e sentimentos pesados, de pensamentos e crenças
limitadas, de relações condenadas e hábitos tóxicos, de anestesias para a dor.
É que não há mar de que escapar que não seja o mesmo oceano de Amor: quem
rejeita a dor é sua vítima, e quem a abraça Salvador.